sexta-feira, junho 08, 2007

Matemática a seu favor !!!!!!

Quando comecei a estudar com um saxofonista de jazz, fiquei encantado com seu fraseado em vários tons, e como não tocava e nem tinha o costume de estudar em certos tons, meu próprio limite me desanimava.

Daí, conheci vários padrões de aprendizado, estudando no ciclo das 5º quintas, que é o mais recomendado para iniciantes, pelo fato de mudar uma nota por vez. Veja o exemplo começando pela escala de C:







Note que o segundo exemplo, já usando a equação dos ciclos das 5º quintas, portando G é a 5º nota de C. Esse segundo exemplo se da então na escala de G. Entre a escala de C e a escala de G, o que muda é que na escala de C o F é natural, e na escala de G, o F é sustenido (#). Por isso que para o iniciante esse ciclo das 5º quintas, é o mais recomendado.



E um outro estudo interessante é a abordagem de meio em meio tom, que é o que mais gosto, porque me exige mais, e também me dá mais liberdade técnicamente na hora do improviso.

Segue alguns exemplos:




Ou em arpejos maiores com 7+




Esses dias meu aluno me perguntou: “Wagner, como faço para transportar uma frase de G para o tom de A?”.


Com certeza me veio na hora a lembrança, de quando estudava e não conseguia também enxergar além do tom, ou ainda mais, quando eu não via a matemática nas frases. Sempre ouvia falar que a música também é matemática, mas não conseguia ver os números. E no começo tinha uma dificuldade enorme de transportar. Mas quando comecei a estudar harmonia, e começar a ler as notas, como graus/números, comecei a notar os números. Tríade (T 3º 5º) . E tétrades (T 3º 5º 7º ).

Ou seja tenho uma escala de 7 notas.




Então ficava treinando os arpejos, vamos por exemplo pegar E7+:









Quando subia meio-tom, tinha que fazer a mesma montagem (T 3º 5º 7º) só que no de F:






E assim seguia para os 12 tons, tinha que sempre pensar qual era a 3º terça dessa, qual era a 5º quinta da outra, e qual era a 7º sétima. (risos)


Depois de um tempo fazendo esse mesmo exercício de pensar, ficou tão automático, que quando toco ou estudo, o fato de pensar nos graus/números é a mesma coisa de eu pensar nas notas em si.


Minha dica, para quebrar esse paradigma de mudanças de tons:

Pense nas escalas quando você estiver num ônibus, tomando um banho, ou até mesmo naquele trânsito, tipo “Sexta em Sampa”, brinque com os números dentro das escalas.

Perguntas como essas:


Qual é a terça de Ab?

Qual é a quinta de Eb?

Qual é a Sétima de C#?

Qual é a 9º nona de A?

Depois vai dificultando......

Qual é a 6b de Ab?

Qual é a 11# de G?

Quantas vezes eu não fiz esses exercícios mentais no ônibus ao voltar do trabalho. Boas lembranças tive agora (risos)

Depois desses exercícios mentais, verá que não terá mais tanta dificuldade em querer fazer uma frase em vários tons.

quarta-feira, junho 06, 2007

Sempre um bate-papo !!!!

Recebi um e-mail muito interessante, perguntando sobre a didática do ensino de não se tocar a escala somente de tônica à tônica.


Eis o e-mail:


Olá , meu nome é "................" , Achei pertinente sua explicação em seu blog, sobre escala . Só gostaria de debater , se vc me permitir , é que seguindo a forma de se executar a sequência como vc defende , vc não está ensinando, a um aluno (inicial) , a dominar a escala de determinado tom, modo, ou escala pentatônica, árabe maior ou menor ou até memso a escala blues . A escala é a forma de pôr os tons e semitons numa ordem natural, porém, distinta ; começando o saxofonista a executar sempre uma escala pela nota mais grave dessa escala descaracteriza tal escala , é importantíssimo numa improvisação dominar a escala que se deseja explorar , da forma como ele é encontrada por exemplo :
Ré menor dórico : começara pelo Si, deixa de ser dórico e passa a ser lócrio .
concorda ?
aguardo resposta .
Abraços



----------------------------

Resposta:


Pertinente sua dúvida.............


Seguindo o "contexto da explicação do blog", onde deixo claro na qual existe momento para tudo, e que nesse momento da explicação, o foco é: O avanço ou o desbloqueio "técnico/mecânico" de se abordar uma escala somente de tônica à tônica, e uma forma do saxofonista conhecer todo o instrumento. Considero e até uso como metáfora, que a parte física do instrumentista é a parte técnica/mecânica !!!!

Agora num fraseado de uma improvisação, posso começar, descansar e terminar pelo B(si) normalmente tendo como harmonia o Ré dórico, inclusive é a nota que dá o tempero dessa harmonia.

Tendo no contexto a minha "não explicação" dos modos gregos, foi pensando justamente em não complicar o iniciante. Fazendo-o primeiramente tocar e conhecer o instrumento, para depois explicar o que iniciante ja toca, e que ja não tem dificuldade de enxergar. Sendo portanto uma questão simples de "situa-lo" harmônicamente.

Teóricamente o que é um fraseado?

É uma combinação de notas dentro de uma estrutura harmônica, e com uma rítmica.

Meu modo de tocar e de ensinar é uma confluência da "liberdade do jazz". Sendo assim, não tenho no meu improviso, e não gosto, a prerrogativa "de ter que" começar e/ou terminar o meu fraseado dentro da estrutura de Tônica 3º 5º 7º.

Por isso a importância de ter a liberdade técnica, ter o instrumento na mão, porque o mais, é coisa SIMPLES e FÁCIL!!!

É questão só de "linkar", dentro de um bate-papo!!!

Abraços "........." e fiquei contente com sua dúvida.


---------------------------------

Para mais informações e dúvidas:

wagner.barbosa@yahoo.com.br


Novas músicas no meu myspace:

www.myspace.com/wagnerbarbosax


E ja está a venda, o DVD que gravei com Celso Pixinga, O Jogo:

http://www.editorahmp.com.br/sitenovo/produto_novo.asp?shw_ukey=39199182815SKTNAB5