quarta-feira, novembro 11, 2009

Desvendando os mistérios dos acordes e suas escalas e quem sabe mais o que em Autumn Leaves part 1/2


















Ando lendo e sentindo que “esse lance de acordes e escalas”, ou seja, os Modos Gregos” ainda é um assombro.



Como sempre li grandes pensadores, não é difícil ter o faro e analisar onde começa essa dificuldade coletiva entre o saxofonistas, e músicos de sopro em geral.


Minha analise e crítica sobre o assunto começa na mudança do tempo, no objetivo, e MÉTODOS PARA SAXOFONE.


A maioria dos famosos MÉTODOS PARA SAXOFONE, foram escritos há mais de 50 anos atrás!!!



Tais Métodos eram bem famosos entre os maestros nas igrejas evangélicas, principalmente porque apenas queríamos o instrumento para tocar na orquestra da igreja, banda marcial da cidade, então você estudava e lia as lições desses métodos, para ficar apto a ler as partituras, na orquestra, banda e etc, é ou não é?


Poucos tinham o acesso ao conhecimento para improvisar, ou professores que ensinavam a arte do improviso.


Poucos se interessavam por acharem algo muito distante, sem funcionalidade na igreja, ou até mesmo porque não tinham acesso a essa gama de informações, um ou outro, tinha uma fita do Charlie Parker, David Sanborn, Michael Brecker então era coisa rara!!!


Hoje com a explosão dos grupos de louvores em igrejas evangélicas, católicas, começaram a surgir o interesse para o improviso, e daí o conflito de “O que estudar se o que ouço e quero tocar, não tem nada haver com os MÉTODOS PARA SAXOFONE CONVENCIONAIS”?


Essa pequeníssima análise, para não ser extenso, quem sabe uma outra hora, penso que, tais MÉTODOS PARA SAXOFONE, se tornam DE CERTA forma obsoletos.


Na minha humilde opinião, o principal motivo, é por não ter uma conscientização harmônica.


Você lê, lê, lê, lê e ufa e lê, a grande maioria não sabe onde aplicar, e/ou sua praticidade!!!


Alguns de vocês podem não concordar, e poderíamos pensar o seguinte:


Ora Wagner, o que você está falando tem até sua lógica, mas porque métodos como esses foram receitados por alguns grandes saxofonistas do passado e também estudados por eles?


Posso te responder também da seguinte maneira:


De cada 100 estudante, se apenas 10 conseguem ter êxito, e chegar ao conhecimento pleno. Diria que ainda tais métodos que conseguem apenas 10% de êxito, ainda sim eu não aconselharia.


Mas nem tudo está perdido, apenas desconectado!!!!


Depois dessa introdução e análise crítica espero que essa matéria possa CLAREAR sua mente.


Escolhi o Autumn Leaves, um tema super simples para aprendermos a enxergar os acordes, sua escala e propor alguns exercícios.





Vemos acima no primeiro círculo apontando que a música está na tonalidade de G.


Depois apartir do 2º compasso começam a surgir os acordes, Am7, D7, G7+ , C7+, F#m7 5b (ou F# meio-diminuto) por enquanto até ai.


Percebam que a melodia está dentro da escala de G, ok?


E o que são esses acordes?


Esses acordes são formados dentro da própria escala de G, e como fazemos isso?


Vemos que numeramos a escala, para adentrarmos a linguagem da Harmonia, e como monta-se um acorde?


Super simples, é como uma equação:


Tônica – 3º - 5º - 7º, se olharmos acima, as notas que estão marcadas como T – 3º - 5º - 7º, são:




Então separei apenas as 4 notas, como funciona isso?


Como saxofone não pode tocar 4 notas de uma vez, todas juntas.


É só pensar da seguinte forma, o tecladista, e guitarrista podem tocar mais de uma nota por vez, então ele tocando essas 4 notas todas juntas, vai soar isso que chamamos de Acorde. Abaixo a escrita correta.


Por isso a importância de saber o que o tecladista está tocando, para que nós saxofonistas, possamos tocar dentro de cada acorde.


Vemos que o primeiro Acorde de Autumn Leaves, é o tal do Am7, como disse acima, são acordes que estão dentro das notas da escala de G.


O A é a segunda nota da escala de G:




Então acima vemos a escala de G, vista apartir do A, que é a 2º nota, ok?


Vamos então usar aquela nossa equação de Tônica – 3º - 5º - 7º, para formar o acorde?


Esse é um Am7


E porque o A é menor e não maior Wagner?


Bom, o acorde para ser maior ou menor, é decidido pela 3º terça Então para saber se o acorde é maior ou não, sempre temos que comparar com a escala Maior da própria nota, nesse caso seria o A.




Para ser direto:



O menor faz com que a Nota desça meio tom, foi o que aconteceu nesse Am7, a terça na escala Maior de A é C#, e como estamos compondo o Acorde com as notas da estala de G, o C na escala de G é natural, portanto a diferença entre elas é de ½ tom.


E se não tiver diferença, quando eu comparar as notas?


Então a nota será Maior.


Viu como é simples, sempre temos que comparar, as notas da escala Maior da própria nota, com as notas da escala que se está montando o acorde.


Vamos então ao 2º Acorde de Autumn Leaves, D7:


Esse acorde também faz parte da escala de G, ou seja, é a escala de G, começando apartir do D,




Vamos então pegar nossa equação de Tº - 3º - 5º - 7º e montar o acorde e saber se é maior ou menor, e analisar a 7º sétima também.


Agora vamos saber se é maior ou menor, e vamos analisar a 7º tb.






Esse acorde chama-se D maior com sétima, ou apenas D7 (quando digo apenas 7, já significa que a 7º é menor). Aprendendo ao “sabor de um bate-papo”.




Simples neh?!


Apenas para os curiosos


Agora você já está apredendo como e o que o pianista ta tocando, quando toca todas aquelas notas juntas, só que temos uma vantagem, de forma básica o pianista só está tocando 4 notas diferentes, nós podemos passear pelas 7 notas, tocando à vontade (isso é improvisação, importante sempre respeitar as notas do acorde ao terminar uma frase..sr.sr.)


Seguindo nossa analise em Autumn leaves, o 3º acorde, não precisamos analisar que já é o G7+, que é a própria escala de G.


O 4º Acorde, é um C7+ que também faz parte da escala de G:




Para não esquecermos, é a escala de G, tocada apartir de C, agora vamos comparar para ver se esse C é maior ou menor:




Como podemos ver, não tem diferença entre as 3º terças e 7º , portanto esse C é um C7+ (ou C maior 7+, quando dizemos 7+ quer dizer que a sétima é maior, ok?)


Agora vamos para o 5º Acorde, F#m7 5b, ou F# que fala-se, F# meio-dimunuto.




Ou seja, é a escala de G, tocada a apartir da sua 7º sétima nota, o F#.


Montando o acorde:







8 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela matéria, mas Autumn Leaves está na tonalidade de Em.

Wagner Barbosa disse...

Relativa de G, históricamente a mãe de todas as escalas, é a escala Maior, então para uma maior compreensão para quem está aprendendo, é explicar pela escala Maior, tanto que ja começa com o II V I em G Maior. Numa improvisação Moderna, tanto faz pensar em E menor, quanto em G, no 4º modo de uma escala menor harmonica, ou pensar de forma cromática, ou pensar de forma simétrica, e até sintética, material que posso te recomendar do Nicholas Slominsky, sendo apenas um ponto de vista.

Mas como a função do blog é ensinar quem ainda não sabe, fica-se mais fácil a compreensão pela escala Maior de G.

Ab sus e Waleu pelo comentário

Unknown disse...

De fato eu não entendi o seu comentário de que os pianistas somente podem tocar as notas do acorde. Pois um pianista pode simultaneamente tocar o acorde com uma das mão e fazer o improviso com a outra, passando por todas as notas da escala. Por mais que não queiramos admitir, não há instrumento mais completo que o piano para executar ou estudar música.

Wagner Barbosa disse...

OI Paulo, muito obrigado pela visita e comentário....

Vc não entendeu bem dentro do contexto de que, o pianista não fazendo nada mais do que apenas tocando o acorde, sem fazer qualquer movimento, ele só está tocando aquelas notas, mas lembre-se que to explicando, para uma galera que não sabe bem como funciona, então tenho que as as vezes simplificar o outro instumento para não complicar e encher com muita informação...

...Claro que o piano é o instrumento mais complexo, podendo fazer isso que vc disse e muito mais

Anônimo disse...

Compreendo que os métodos para saxofone (os antigos) não são obsoletos, desde que façam parte de todo um processo de aprendizado do sax.

Ricardo Joy.

KIKO disse...

PARABENS AOS ORGANIZADORES DESTE BLOG, POIS O ASSUNTO FOI MUITO BEM EXPLICADO. ACHEI MUITO BOA A EXPLICAÇÃO... DEUS ABENÇOE VCS... CONTINUEM ASSIM. MUITO OBRIGADO!!

Unknown disse...

Muito bom mesmo, com uma abordagem bem direta e simplificada. Parabéns!!!

Unknown disse...

Pensando aqui, me veio uma dúvida. Se eu tenho um acorde de C para o piano, e estou tocando num sax alto afinado em Eb, quando eu chegar neste trecho dá música, tenho que interpretar o acorde de AM? Grato!!